História de Santa Maria Madalena

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Santa Maria Madalena

Testemunha da ressurreição

“A vida de uma mulher dedicada, com gestos de amor a Jesus, marcou sua passagem entre os homens da terra, fazendo das trevas nascer à Luz”

Na tradição popular houve “muitas más interpretações sobre a vida de Maria Madalena”, confundindo-a com uma prostituta, depois com a casta e solteira Maria de Betânia, irmã de Lazaro, e até mesmo com Maria, a mãe de Jesus.

Mas afinal, quem foi Maria Madalena?

Para começar, “Madalena” não era o seu sobrenome, como popularmente se acredita, no tempo em que vivia o conceito de “sobrenome” não existia entre o povo judeu. O nome Madalena na realidade é um adjetivo que a descreve como sendo natural de Mágdala, cidade localizada na costa ocidental do Mar da Galileia.

Maria de Mágdala, ou Maria Madalena como conhecemos hoje, viveu no Século I e foi uma das seguidoras mais dedicadas de Jesus Cristo.

Nos evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas, ela é sempre a primeira a ser mencionada nas linhas das mulheres discipulas e de estar na frente de um grupo de mulheres que assistiam Jesus e os seus discípulos com seus bens (Lc 8, 1-3), Maria Madalena acreditava que Jesus Cristo realmente era o Messias.

Diversamente do que algumas histórias contam, ela não era uma prostituta, esta confusão ocorreu porque no capítulo 7 do Evangelho de Lucas, se narra a história de uma anônima “pecadora da cidade, que ungia com perfume os pés de Jesus, convidado de um fariseu; após tê-los banhado com suas lagrimas, os enxugava com seus cabelos”, e sem nenhuma ligação textual, Maria de Magdala foi identificada com aquela prostituta anônima.

No capítulo 8 do Evangelho de Lucas, ela ainda é retratada como sendo “ Maria de Mágdala, da qual tinham saído sete demônios”. O “demônio”, na linguagem evangélica, não é só raiz de um mal moral, mas também fisíco que pode tomar conta de uma pessoa, quanto à quantidade “sete”, este é um numero simbólico da plenitude, então, não se pode saber muito sobre o mal grave, moral, psíquico ou físico, que atingia Maria e que Jesus havia eliminado.

O que se sabe com toda certeza é que, após ter sido curada por Ele, Maria Madalena coloca-se a serviço do Reino de Deus, fazendo um caminho de discipulado, de seguimento a Nosso Senhor no amor e no serviço.

Ela não fugiu com medo, como os discípulos fizeram; não o renegou por medo, como fez o primeiro Papa, São Pedro, mas sempre esteve presente, e este amor maduro de Maria Madalena levou-a até o momento mais difícil da vida e da missão de Nosso Senhor, Ela permaneceu ao lado de Maria, Mãe de Jesus, junto à cruz, compartilhando as dores da crucificação e a morte do filho.

Maria Madalena também se fez presente quando José de Arimateia depõe o corpo de Jesus no sepulcro, que fora fechado com uma pedra. É também quem permanece em vigília amorosa na madrugada do primeiro dia e é a primeira a testemunhar a Ressurreição de Jesus.

Maria Madalena, em seu ardente amor, foi premiada pelo Ressuscitado, que se fez conhecer pronunciando-lhe apenas o nome, como se faz com quem é familiar:”Maria!”. É a ela que o Salvador confia o grande anúncio da ressurreição: “Vai a meus irmãos e dize-lhes: Subo a meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”.

A partir deste encontro com  Jesus, Maria Madalena, discípula fiel, viveu uma vida de testemunho e de luta pela santidade, por tudo isso, Santa Maria Madalena é um grande exemplo e deve ser seguido por todos nós.

O culto a Santa Maria Madalena no Ocidente propagou-se a partir do Século XII e por desejo do Papa Francisco, a memória litúrgica de Maria Madalena passou a ser festa, a partir do dia 22 de julho de 2016, para ressaltar a importância desta discípula fiel de Cristo, que demonstrou grande amor por Ele e Ele por ela.

Desde aquele ano, o sumo pontífice elevou-a ao grau de apóstola,equiparando a celebração de sua memória à dos 12 apóstolos, e desde então é considerada a “apóstola dos apóstolos”.

Maria Madalena é considerada santa pelas diversas denominações cristãs (padroeira dos pecadores arrependidos, dos convertidos, das mulheres, das pessoas ridicularizadas por sua piedade, dos boticários, dos cabeleireiros, dos curtumeiros, dos fabricantes de perfumes, dos farmacêuticos, dos fabricantes de luvas, da vida contemplativa e contra a tentação sexual) a contemplação do apostolado de Maria Madalena é um convite a abandonarmos a tristeza, a não curvar-nos sobre nós mesmos e a não nos encapsularmos numa tentativa de fazer voltar ao passado.

A “Apóstola dos apóstolos” ajuda-nos a compreender a necessidade de abertura às irmãs e aos irmãos e de construção de relações humanas novas com Cristo, por Cristo e em Cristo, assim encontraremos os reais sentimentos de estarmos mergulhados em Deus: alegria, paz, vida espiritual e perdão dos pecados.

Santa Maria Madalena, rogai por nós!